domingo, 31 de outubro de 2010 | By: Alexander Schio

A Origem - 2010


Filme: A Origem (Inception)
Direção: Christopher Nolan
Roteiro:Christopher Nolan
Atores: Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Ken Watanabe
Duração: 148 min

Sinopse: Em um mundo onde é possível entrar na mente humana, Cobb (Leonardo DiCaprio) está entre os melhores na arte de roubar segredos valiosos do inconsciente, durante o estado de sono. Além disto ele é um fugitivo, pois está impedido de retornar aos Estados Unidos devido à morte de Mal (Marion Cotillard).
Desesperado para rever seus filhos, Cobb aceita a ousada missão proposta por Saito (Ken Watanabe), um empresário japonês: entrar na mente de Richard Fischer (Cillian Murphy), o herdeiro de um império econômico, e plantar a ideia de desmembrá-lo.
Para realizar este feito ele conta com a ajuda do parceiro Arthur (Joseph Gordon-Levitt), a inexperiente arquiteta de sonhos Ariadne (Ellen Page) e Eames (Tom Hardy), que consegue se disfarçar de forma precisa no mundo dos sonhos.


Parece que a antiga lógica “BlockBuster vs. Arte” vem perdendo um pouco da sua força nos últimos lançamentos.
Doa a quem doer, é verdade. E um possível marco simbólico desta realidade é o filme “Avatar”, feito com milhões de dólares para gerar bilhões de dólares e ainda assim ser graficamente genial em termos de criatividade cinematográfica.
“A Origem” é um exemplo dessa “nova vertente” do cinema mundial, onde um diretor consegue unir todos os elementos necessários para o sucesso ($$) nos dias hoje e ainda ter o luxo de contar uma história interessante e de qualidade.

O conceito de “A Origem” é brilhante. Sendo impossível evitar uma comparação prematura, o longa se assemelha a genialidade por trás de “Matrix”, mas em momento algum disputa com a obra no quesito criatividade.
Com uma direção simplesmente inspiradora, o visual é arrasador, assim como suas cenas milimetricamente elaboradas. Um trabalho "a la Spielberg". Utilizando sabiamente o slow motion e efeitos especiais incríveis, o longa possui seqüências de literalmente tirar o fôlego.
Acompanhamos em tempo real três cenários diferentes, onde todos os personagens estão inseridos ao mesmo tempo, e cada atitude, movimento ou mesmo som, influenciam na realidade destes locais.


Isso pode parecer besteira, mas quando terminei de assistir “A Origem”, olhei para tudo de uma forma diferente. 
Durante algumas horas, ainda anestesiado pelo filme, tudo realmente parecia um sonho, todas as pessoas, os carros, os prédios, que poderiam naquele momento se dobrar sobre mim, e eu acharia bem normal. 
O sentimento esta passando, mas não o deslumbre da obra.
 “A Origem” é um filme que, além de te fazer pensar, te faz sentir. 
Depois dos excelentes “Amnésia”, “Insônia”, “Batman Begins/Cavaleiro das Trevas” e “O Grande Truque”, Cristopher Nolan realiza sua obra prima, pelo menos até o momento. 
Com um final incrível, fica a pergunta: tudo é sonho ou realidade? 
Para esta pergunta não existe certo ou errado, tudo é possível, até um peão que não para nunca de girar.

O único "problema" que encontrei no filme foi o Leonardo Dicaprio, que apesar de escolher muito bem os seus papéis, sempre tenho a sensação de "deja vu" entre um personagem e outro.
O Então personagem Dom Cobb me lembra muito seu personagem "Edward Daniels" no longa "A Ilha do Medo" dirigito pelo Scorsese. Os dramas pessoais dos dois personagens são exatamente os mesmos.
E o mesmo aconteceu quando assisti "Os Infiltrados" e "Diamante de Sangue". 

Antes de acabar queria falar mais duas coisas. Primeiro, Nolan está de parabéns. 
Enquanto as regras desse universo são expostas, consegue prender o expectador, sempre interessado em compreendê-las. 
Somos apresentados para um mundo imaginário de primeira! Ele construiu uma mitologia peculiar, do nível de “Matrix” e “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças.” Apesar de não considera sua melhor obra, “Batman – O Cavaleiro das Trevas” e “Amnésia” ainda são os melhores, “A Origem” é ouro!



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