terça-feira, 1 de fevereiro de 2011 | By: Alexander Schio

Nanny McPhee e as Lições Mágicas


Titulo: Nanny McPhee e as Lições Mágicas (Nanny McPhee and the Big Bang)
Elenco: Emma Thompson, Maggie Gyllenhaal, Ralph Fiennes, Rhys Ifans, Maggie Smith.
Direção: Susanna White

Sinopse: 'Nanny McPhee e as Lições Mágicas' conta a história de duas famílias, uma do campo e outra da cidade, que vêem o mundo balançar quando os pais saem para a guerra. Para ajudá-los, chega a babá McPhee, que para controlar o comportamento de sete crianças usa de seus poderes mágicos.

Curiosidades: Continuação de Nanny McPhee – A babá encantada.




O filme continua com a mesma forma do seu antecessor, Uma Babá, várias crianças, algumas lições e muita magia.
A Produtora e protagonista do filme, Emma Thompson, desistiu do seu papel no filme Harry Potter para produzir e atuar nesse filme, alegando que é um projeto que ela acredita e se doa de coração.
E não fez feio. As Lições Mágicas ensina 5 lições essenciais para passar a vida bem e feliz.
Um filme para ser assistido com toda a familia. Até os adultos podem de alguma forma se comover com as Lições Mágicas, que acabamos perdendo no caminho da vida.

Um filme sem apelações, uma boa comédia para crianças se divertirem e aprender. Uma história bem singela e pura. Com todo toque Inglês, assim como em Mary Popins.
E traz a famosa imagem de babá européia, à Lá "Super Nanny", só que no filme não é tão politicamente correta como no seriado. Fazendo as crianças puxarem seus próprios cabelos e bater com o rosto no chão.

No mais é um belo filme, divertido e traz boas mensagens de esperança para todos.

Incontrolavel


Titulo: Incontrolável (Unstoppable)
Elenco: Denzel Washington, Chris Pine, Rosario Dawson, Kevin Dunn, TJ Miller, Kevin Chapman.
Direção: Tony Scott

Sinopse: The Beast é uma imensa locomotiva não tripulada, carregada de carga tóxica, que ruge através do campo, vaporizando tudo a sua frente. Frank Barnes, um engenheiro veterano (Washington) e Will Colson (Pine) - jovem condutor a bordo de outro trem prestes a se chocar com The Beast, elaboram um incrível plano para tentar parar a locomotiva desenfreada - e evitar um desastre em uma área densamente povoada


Curiosidades:  Tony Scott e Denzel Washington já trabalharam juntos em 'Maré Vermelha', 'Chamas da Vingança' e 'Déjà Vu'.



Incontrolável é a mais nova parceria entre o diretor Tony Scott e o ator Denzel Washington. Parceria que iniciou em 95 com Maré Vermelha. Pra quem não sabe, Tony é conhecido como o irmão sem talento de Ridley Scott. Na realidade, ele tem talento sim; mas sua especialização são os filmes de ação blockbuster. E seu último longa não foge à regra.

Para os espectadores que adoram ver o bom e velho Denzel, segurando armas, acabando com os bandidos, masclando o chiclete ou o palito de dente; este longa - assim como O Sequestro do Metro 1 2 3 (também de Tony Scott) - não tem o bom e velho Denzel, apenas o velho Denzel. Ele interpreta um maquinista que está cumprindo seu aviso prévio e em mais um dia de trabalho, encontra um big problema pela frente: parar um trem em alta velocidade.

Voltando mais ou menos um ano atrás, Tony lançou o Sequestro do Metro 1 2 3; Denzel era um encarregado de uma estação de metrô e – como estava no lugar errado no dia errado -, virou o negociador da empresa com o seqüestrador (John Travolta) do vagão; após bancar o herói, Denzel consegue o perdão da cidade (estava sendo indiciado por suposto recebimento de propina). Em “Incontrolável” a história não muda, sai John Travolta e entra um trem desgovernado. E, novamente, Denzel está no lugar errado e no dia errado; sobra pra ele bancar o herói.
O que salva um pouco o filme é a atuação de Rosario Dawson como a responsavel pelas operações da empresa de trem.

Deixando as semelhanças de lado e analisando o filme, este – o que poderia se dizer? – é mais um filme de Tony Scott. Mesmo com uma trama que os espectadores estão cansados de assistir, o velho Tony ainda tem a manha da coisa: ele é sim um expert nos filmes de ação (seu currículo não engana, entre seus sucessos estão Chamas da Vingança, Top Gun e Jogo de Espiões). É um visionário se tratando de estética. Domino e Chamas da Vingança são as provas, suas fotografias, trilhas pulsantes e enquadramentos que transformam seus filmes mais interessantes esteticamente.

Neste último, a estética não fica pra trás, os enquadramentos e cortes da câmera fazem a diferença na narrativa e imprime a ação e emoção que o roteiro não tem. Por falar nele (o roteiro), recorre aos celébres clichês: como no exato dia da catástrofe, uma escola decide levar seus alunos para conhecerem uma linha férrea. Que tipo de escola faz este tipo de passeio? E só pra criar uma tensãozinha de que vai bater no trem em que os alunos estão passeando. Aos fãs do gênero,”Incontrolável” apresenta mais de Denzel, mais de Tony, mais de ação e mais um filme que daqui uns anos estará sendo exibido no mesmo horário que “Carro Desgovernado” um dia foi.




O Turista


Titulo: O Turista (The Tourist)
Elenco: Johnny Depp, Angelina Jolie, Paul Bettany, Rufus Sewell, Bruno Wolkowitch, Julien Baumgartner, Clément Sibony.
Direção: Florian Henckel von Donnersmarck
Gênero: Suspense/Ação

Sinopse: Johnny Depp atua como um turista americano cujos flertes brincalhões com uma estrangeira levam a uma rede de intriga, romance e perigo em "O Turista". Durante uma viagem improvisada à Europa para curar um coração partido, Frank (Depp) desenvolve uma inesperada relação amorosa com Elise (Angelina Jolie), uma mulher extraordinária que deliberadamente cruza o seu caminho. Tendo o excitante cenário de Paris e Veneza como pano de fundo, o intenso romance se desenvolve rapidamente na medida em que ambos se envolvem involuntariamente num jogo mortal como gato e rato.



Curiosidades: 
- Johnny Depp interpreta um professor a em 'O Turista'. Na vida real, o ator largou a escola aos 15 anos de idade.
- Tom Cruise, Sam Worthington e Charlize Theron abandonaram a produção do filme.

A fórmula para um filme de sucesso parece simples e perfeita. Você une dois dos maiores astros da atualidade – Angelina Jolie e Johnny Depp - a um diretor que venceu um Oscar em sua estreia – Florian Henckel von Donnersmarck (‘A Vida dos Outros‘) - e refilma um elogiado filme francês – 'Anthony Zimmer: A Caçada'.
Infelizmente, nem toda fórmula perfeita se transforma em um produto de sucesso. Com as expectativas a mil tendo o benefício do elenco dos sonhos, ‘O Turista’ decepciona a grandes níveis.

Durante uma viagem à Europa, o turista Frank (Depp) desenvolve uma inesperada relação amorosa com Elise (Jolie), uma mulher extraordinária que deliberadamente cruza o seu caminho. Tendo o excitante cenário de Paris e Veneza como pano de fundo, o intenso romance se desenvolve rapidamente na medida em que ambos se envolvem involuntariamente num jogo mortal como gato e rato.
O maior atrativo do filme, seus astros, parecem estar pouco à vontade em seus papéis, e são prejudicados por uma direção aparentemente novata de Von Donnersmarck, que não faz jus a seu último trabalho.

Jolie está belíssima com o figurino dos sonhos, assinado por assinado por Collen Atwood, vencedora do Oscar. A atriz, que teve aulas de comportamento para viver uma européia, dá o seu melhor, mas não é beneficiada em nenhum momento pelo roteiro fraco e confuso, que entrega uma personagem dúbia e rasa.
Enquanto Jolie se esforça, Depp parece estar perdido em uma atuação fraca, não digna do grande ator que ele é. Prejudicados pelo roteiro, o casal de protagonistas acaba demonstrando zero de química.
No elenco de apoio, que merece destaque é Paul Bettany ('Padre e Legião'), que entrega uma ótima atuação.
O maior acerto do filme é sua fotografia, induzida pela bela Veneza. A cidade, unida à beleza de seus astros, torna o longa um espetáculo visual.

No final, ‘O Turista’ é um divertido filme, que entretém o espectador ao longo de sua projeção. Mas unir Jolie e Depp em uma produção mediana é, no mínimo, um crime. 


Decepções


Titulo: Par Perfeito (Killers)
Direção: Robert Luketic
Roteiro: Bob DeRosa (roteiro), Ted Griffin (revisão)
Gênero: Ação/Comédia/Suspense
Duração: 93 minutos

Sinopse: Jen (Katherine Heigl), conhece o homem perfeito. Seu nome é Spencer (Ashton Kutcher), ele é bonitão, educado e inteligente. Mas o que Jen não sabe, é que Spencer ganha a vida como matador de aluguel, contratado pelo governo.
Eles vivem o casamento dos sonhos até que em uma bela manhã, o casal descobre que Spencer é o alvo de um golpe milionário.
O que parecia ser um Par Perfeito transforma -se num jogo de vida ou morte, enquanto eles tentam lidar com sogros, sogras, casamento, manter as aparências e ainda sobreviver.


Nem vou enrolar muito para falar, esse é dos piores filmes lançado em DVD em Janeiro. Estou me perguntando como tiveram a coragem de lançar um filme desse nos cinemas.
O roteiro é fraco, as cenas de ação mal feita e ainda conta com um final obvio e sem explicação.
Acho que os produtores pensam que colocar rostos bonitos nos filmes, sem nenhum roteiro é o suficiente para ser um blockbuster.
Um grande erro...





Título: Possuída (The New Daughter)
Gênero: Terror – Suspense

Sinopse: O vencedor do Oscar, Kevin Costner é John, um pai recém-divorciado que se muda para uma casa na zona rural da Carolina do Sul com a sua filha adolescente, Louisa e seu jovem filho, Sam. Mas quando Louisa começa a comportar-se de uma maneira estranha e cada vez mais violenta, John tem que descobrir a verdade por trás dessa transformação dela. O culpado deste terrível segredo seria o ex-proprietário? E o quão longe um pai pode ir para proteger a sua filha de um antigo mal que está tomando o seu controle?





Outro filme que decepção total, lançado diretamente em DVD, ao menos tiveram o bom senso de não lançar no cinema.
O Roteiro e as atuações fracas enredam esse filme que não acrescenta nada, nem susto, nem medo, nem suspense, nem drama, só tempo perdido.
O final é decepcionante, sem graça e um alivio pois o filme chega ao fim.





Titulo: Meninas Malvadas 2 (Mean Girls 2)

Sinopse: A história de 'Meninas Malvadas 2' gira em torno de uma nova aluna do colégio, Jo, que precisa fazer amizade com a perdedora Abby à pedido do pai da mesma,
em troca de pagar todos os custos da Jo para a faculdade de seus sonhos. Juntas, Jo e Abby se preparam para assumir o papel das Meninas de plástico, as malvadas.


Pra fechar minhas criticas nesse post vem o fracassado e o pior dos três filmes, MENINAS MALVADAS 2.
Enquanto o primeiro tem umas cenas boas, uma tirada legal sobre assuntos como vaidade, mentira e sexo. Nesse a banalidade é tão banal que não tive coragem de terminar de assistir ao filme.
O filme nem merece ser exibido na sessão da tarde de emissoras como CNT. Decepcionante e cansativo. Atrizes péssimas e roteiro péssimo também.



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011 | By: Alexander Schio

Cisne Negro

Titulo: Cisne Negro (Black Swan)
Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Winona Ryder, Vincent Cassel, Barbara Hershey, Benjamin Millepied.
Direção: Darren Aronofsky
Gênero: Suspense
Duração: 108 min.
Distribuidora: Fox Film

Sinopse: 'Cisne Negro' é um thriller psicológico ambientado no mundo do balé da Cidade de Nova York. Natalie Portman interpreta uma bailarina de destaque que se encontra presa a uma teia de intrigas e competição com uma nova rival interpreta por Mila Kunis. Cisne Negro faz uma viagem emocionante e às vezes aterrorizante à psique de uma jovem bailarina, cujo papel principal como a Rainha dos Cisnes acaba sendo uma peça fundamental para que ela se torne uma dançarina assustadoramente perfeita.




"Ela só queria ser perfeita. Ele só queria mostrar uma vida sem barreiras. "

Darren Aronofsky é um estudioso dos holofotes. Nenhum detalhe da vida constantemente sob escrutínio público, independente de seu tamanho, lhe escapa. Cada momento de terror, cada sorriso vencedor, cada lágrima que cai quando ninguém olha para aquele canto escuro onde a alma busca refúgio da luz onipresente 
e da necessidade de ser bem-sucedido; da perfeição. Esses detalhes o abastecem. Entretanto, para estudar brilho, é preciso reconhecer a sombra. Ela pode não estar presente de forma definida e constante, mas está lá. Essa é uma certeza da vida. 
Dois lados, duas facetas, luz e sombra, uma dualidade eterna representada no conto do Cisne Negro e, agora, subvertido pelo estudioso Aronofsky, numa visita incômoda ao lado mais escuro da consciência: aquele que não reconhece limites ou ameaças. E é na penumbra do palco, sempre solitário e opressivo, que
o balé soturno de Natalie Portman se inicia em Cisne Negro (Black Swan) dando origem a um ciclo intenso, mas possivelmente segmentado demais, de trevas.

Embora muita gente vá invocar O Lutador para avaliar Cisne Negro, o que não deixa de ser uma referência válida e necessária, tendo em vista a proximidade dos trabalhos de Darren Aronofsky, outra linha de raciocínio cinematográfico pode ser envolvida nesse debate: a metalinguagem apresentada por Christopher Nolan em A Origem, isso sem contar uma referência ou outra à comunicação de Tarantino com seu público em Bastardos Inglórios. 
Há duas forças maiores em conflito: a busca pela perfeição e o autoconhecimento. Seria simples, até mesmo prático, encarar essas duas motivações como elementos complementares e, se colocados na ordem [auto-conhecimento e busca pela perfeição], como a trajetória natural e produtiva do processo de amadurecimento. Porém, processos levam tempo. E o tempo é escasso, ou melhor, inexiste em Cisne Negro. Um acontecimento está em progresso, ou melhor, O acontecimento. Mas sua natureza é dúbia e propositalmente confusa numa ininterrupta mescla de realidade, realismo, super-realismo e devaneio descarado.

Entretanto, o engodo não tem por objetivo gerar uma reviravolta grandiosa aos moldes de Clube da Luta, por tratar-se de uma ferramenta dramática, quase uma dimensão paralela acontecendo simultaneamente à trama principal. Diferente de seus personagens, Aronofsky nunca mente ou tem dúvidas como todo comandante ideal. Atravessar a tormenta de Nina, personagem de Natalie Portman, é tarefa árdua em todos os aspectos da criação – desde a estrutura até a forma manifesta de seus conflitos – e o simples fato de concluir a jornada sem perder o rumo é algo digno de elogios.
Restringir os acontecimentos ao mero dualismo soa simplista demais, mas, de fato, é a pura verdade dessa dinâmica. A face pública que todos vêem contrapondo-se à face escondida, revelada apenas nos poucos momentos de solidão; no banheiro, na cama, numa rara tentativa de prazer ao se masturbar. 
Ambas buscando reconhecimento e satisfação, seja com a admiração pública, seja com a simples chance de existir. Duas personas no mesmo espaço físico. 
Esse é o dilema do Cisne Negro – apaixonadamente apresentado por Vincent Cassel, brilhando como o diretor teatral no roteiro, mas, na verdade, a personalização do juiz e carrasco do entretenimento. Seus olhos direcionam o desejo das platéias com a mesma arrogância com a qual decide quem morre e quem sobrevive no seu palco. Tamanha presunção tem sua função, pois ela é fundamental para instigar e provocar, confrontar e desequilibrar, exigir e exigir mais ainda. Sua postura é o elemento transformador, a fagulha que determina a liberação de uma energia devastadora em Natalie Portman. 

Espera-se violência de homens, glorifica-se o surto esquizofrênico de Tyler Durden, idolatra-se o sacrifício “saco cheio” de Randy The Ram, mas o assombro causado por uma delicada bailarina pode ser maior que a queda de um bruto. Perde-se tudo quando a mente se perde.

E tudo por causa das luzes. Dos holofotes. Nolan e Aronofsky parecem compartilhar do desejo pela discussão da importância da estrutura cinematográfica e sua influência na sociedade moderna. Enquanto Nolan cria um castelo de idéias sobrepostas para maximizar os efeitos de um conceito simples, fazendo da 
jornada algo memorável, Aronofsky não mede esforços para construir um calabouço de mágoas e, pouco a pouco, apresenta os elementos de uma Diferente do dilema dos sonhos, Cisne Negro é a realidade manifesta – em diversos níveis de compreensão – e com conclusão incontestável, cujas feridas vão além da transformação imposta sem dó nem piedade (seja por Cassel ou pelos holofotes que atraem a juventude).

Entrar em contato com a natureza instintiva e desregrada da versão sombria da personagem corrompe ideais e propõe uma realidade mais crua e sem limites. 
Nina tem um sonho e idolatra a bailarina que substitui. A nova e jovial promessa que idolatra a estrela decadente e autodestrutiva vivida por Wynona Rider, procurando meios de retraçar seus passos e repetir sua glória. Como encontrar sanidade se o objetivo em si é algo corrupto e falho por natureza? 
É um dos perigos da busca por um momento de satisfação e brilho intenso, mas momentâneo. Crítica social mais que válida, entretanto bastante afetada pela escolha de um meio já repleto de preconceitos e dramas pessoais, o balé feminino. Nina entra na espiral decisiva em sua vida, já devidamente marcada pelas privações do ofício, da paranóia pela concorrência e da piedade depreciativa pela mãe, ex-bailarina afastada 
pela gravidez precoce, mas ainda maravilhada pelo poder do palco.
“Perfeição técnica não supera a necessidade da emoção.”

Constantemente pontuado pela incisiva trilha de Clint Mansell, Cisne Negro levanta várias discussões e questiona uma sociedade de exageros – mentais e físicos. Mostra as reações desconexas de uma mente decida a criar sua própria versão da realidade, liberando desejos reprimidos, sonhos selvagens e atitudes impensáveis. Natalie contribui com fragilidade ímpar e explosão arrebatadora de sensualidade, enquanto Mila Kunis não foge muito de suas limitações. Barbara Hershey é a grande surpresa como a mãe devota e esperançosa. Trabalho admirável e digno de mais atenção que a alardeada cena de sexo entre Portman e Kunis. Natalie consegue ser mais sensual sozinha, ou numa mescla de sedução e dança com 
Cassel do que no rompante de luxúria com Mila.

Entretanto, para que tudo isso se encaixe, é necessário aceitar o pano de fundo. O balé e suas demandas, muito mais conhecidas na base do preconceito que no contato com sua realidade. É um cenário mais ficcional que a própria fábula para os desavisados. Conversava com o escritor Douglas Marques Comito [autor do romance Necrópolis, da Editora Draco] quando ele mencionou um possível paralelo ao “Clube da Luta para mulheres”, mas as semelhanças são pontuais. Embora provoque efeitos físicos, a violência de Cisne Negro é outra; muito mais resultado de pressão exagerada que da mente dividida do filme de David Fincher. Aronofsky mostra a queda de cada mecanismo de defesa, de cada passo em direção à treva. 

São duas histórias simultâneas colaborando para o final apoteótico. Tudo isso proveniente da dança com sua carga elitista e sonhos frágeis. 
Como se compadecer pela jovem bailarina que, diferente de outros dramas, consegue o que busca? Sua conquista é sua ruína. 
É o cão que finalmente mordeu o próprio rabo ou o pneu do automóvel que perseguiria. “E agora o que eu faço com ele?”, perguntaria o Coringa. 
Nina optou pela busca da absoluta perfeição permitindo que a ficção tomasse conta de sua vida. Seu desfecho é grandioso e, como mencionado, apoteótico. 
Perfeito por suas próprias palavras. E assim poderia ser Cisne Negro – perfeito –, mas a chave está na principal fala de Cassel: “perfeição técnica não supera necessidade a emoção”, ou algo assim. Aronofsky leva o espectador a buscar a perfeição e deixa a emoção nas mãos de Natalie Portman, que permanece meramente técnica até o final. O julgamento fica nas mãos da platéia. E da posteridade. A música deixou de tocar. Os holofotes não se apagam. The show must go on.






terça-feira, 25 de janeiro de 2011 | By: Alexander Schio

Deixe Me Entrar


Titulo: Deixe-me Entrar (Let Me In)
Gênero: Drama, Fantasia, Terror, Romance e Suspense
Origem: Reino Unido e Estados Unidos
Direção: Matt Reeves
Roteiro: Matt Reeves e John Ajvide Lindqvist
Distribuidora: Paramount Pictures
Ano: 2010



Sinopse: Owen (Kodi Smit-McPhee), é um menino de 12 anos que é freqüentemente provocado pelos colegas de classe. Mas com a chegada de Abby (Chloe Moretz), uma menina séria e pálida da mesma idade, que se muda para a vizinhança com seu silencioso pai, Owen ganha uma amiga.


Quando a vizinhança começa a ter uma onda de assassinatos e desaparecimentos inexplicáveis, Owen, fascinado por histórias de terror, não demora para perceber que sua amiga Abby é uma vampira. Com a descoberta, Abby começa a dar coragem para o menino para que ele lute contra seus agressores



Curiosidades: 
» Refilmagem do terror sueco 'Deixe ela Entrar' (Let the Right One In).
» Chloe Moretz, que despontou para a fama com 'Kick-Ass', vive a vampira Abby. Kodi Smit-McPhee, de 'A Estrada' (The Road), protagoniza.
» Matt Reeves ('Cloverfield') roteiriza e dirige.


Quando soube que seria feito o remake do original sueco do filme fiquei pensando, putz! mais um filme de vampiro para encher a paciência e as salas de cinema.
Mas após muito pensar e um pouco de tédio eu assisti ao "Deixe Me Entrar". Em plena época de "SAGA CREPUSCULO" ver um filme sobre vampiros chega a ser sem graça, era sobre um vampiro, era, mas era também uma abordagem ao mito nunca antes vista: negra, melancólica, brutal, romântica e encantadora. Era um filme de terror disfarçado de drama pseudo-infantil, uma história de amor e um ensaio sobre a preciosidade da vida e da amizade. O anúncio de um remake foi mal falado, anúncio esse que causou obviamente com que se torcessem narizes um pouco por todo o mundo face ao já natural déficit de criatividade e originalidade da máquina de Hollywood. Duvidava-se, acima de tudo, da capacidade de adaptar um filme e uma história que bebiam muito da cultura escandinávia e receava-se, como sempre, a possibilidade de esta vir a sair manchada e insultada pelo remake. Porém o veredicto é, por mais que custe, inegavelmente positivo.





A principio o filme foca na relação dos dois personagens principais, a Vampira Abby e o Menino Owen.
O filme demora um pouco para se desenvolver, mas é interessante o roteiro, os diálogos e as atuações mirins do filme. O clima sombrio e os conflitos internos dos personagens transparecem como agua, não há duvida sobre o que cada um precisa para superar seus problemas.



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 | By: Alexander Schio

A Fita Branca

Titulo: A Fita Branca (Dass Weisse Band)

Gênero: Crime, Drama e Mistério
Duração: 144 min.
Ano de Lançamento: 2010
Direção: Michael Haneke
Roteiro: Michael Haneke
Distribuidora: Imovision

Sinopse: Um vilarejo protestante no norte da Alemanha, em 1913, às vésperas da Primeira Guerra Mundial. A história de crianças e adolescentes de um coral dirigido pelo professor primário do vilarejo e suas famílias: o barão, o reitor, o pastor, o médico, a parteira, os camponeses. Estranhos acidentes começam a acontecer e tomam aos poucos o caráter de um ritual punitivo. O que se esconde por trás desses acontecimentos?

O filme retrata o cotidiano de uma pequena aldeia alemã as vésperas do começo da primeira guerra, fazendo um panorama daquela sociedade, que era extremamente reprimida e que está quase sempre a beira da desgraça causada pela inveja, ódio e preconceito.
"A Fita Branca" é uma reflexão sobre a educação severa que os adultos daquele vilarejo impõem sobre as crianças.
Castigos e surras como forma de punição para a menor das travessuras. É a formação de uma distopia social que, segundo Haneke em suas entrevistas, leva ao fascismo (e não ao nazismo, como muitos têm mal interpretado). Isto é, no autoritarismo com que os pais tratam seus filhos no vilarejo, difunde-se entre as crianças um vilipêndio por tudo aquilo que não é "certo". E crianças, sabemos, têm uma visão muito peculiar do mundo. Estão em formação intelectual e moral.


E com um terreno extremamente fértil em suas cabeças, a semente ali plantada florescerá rápida e ferozmente.
Essas reflexões começam a ocorrer a partir de um estranho acidente sofrido pelo médico da cidade, em seguida fatos estranhos como morte de pessoas, castigos e humilhações começam a ocorrer com certa freqüência, quase sempre encobertos pelos próprios cidadãos.
A Fita Branca faz um paralelo entre esses acontecimentos com os anos sanguinários e facistas que a Alemanha passaria e toda incerteza momentânea deixa rastros de como a tragédia pode terminar.
A produção, às vezes, parece cair na monotonia e quem prefere algo mais agitado, pode se decepcionar um pouco.
Venceu em maio do ano passado a Palma de Ouro no Festival de Cannes e é o favorito para ficar com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.